19 de abril é o dia do Índio.

No ano passado, estava em São Paulo nesta época, no metrô Liberdade (Bairro Japonês da capital Paulista), quando surgiu uma menina “japinha” com a mãe. Ela estava com o rosto pintado e com um cocar na cabeça…

Hoje, o vizinho, filho de chilenos, veio pedir algum material para relizar um trabalho escolar, sobre índios e  o descobrimento do Brasil. Fiquei refletindo…

Apesar dele não ter em casa muitas informações sobre os índios brasileiros, já que seus pais não são brasileiros, imagine a carga de informações que ele tem dos índios da América Espanhola? Que aceita esta diversidade melhor que nós. A situação dos indigenas na América Espanhola não é das melhores, mas em muitos aspectos supera em muito a do índios brasileiros, como é o caso da representação política.

Acho que este tipo de atividade desenvolvida nas escolas é muito importante para que a gente possa viver a Diversidade Real, ou seja, tratar as pessoas de forma igualítária, aceitando cada um como é, sendo índio, negro, mulher, ateu, gay… E considerando que cada um contribui para a sociedade, ao seu jeito e dentro de suas possibilidades, e que é a nossa própria sociedade, discriminadora e desigual, que impede de muitos participarem mais da vida em sociedade.

Ainda mais nos últimos dias, que nos deparamos com o caso do Deputado Bolsonaro ou do Deputado Marcos Feliciano (veja esta imagem do seu twitter)(Pr. Marco Feliciano responde as acusações de racismo no twitter). É de se questionar se estamos caminhado para a diversidade real, ou para a homogeneidade conservadora (com a balela “em defesa da família”). O caso da tragédia que aconteceu esta semana em Realengo, Rio de Janeiro, que um homem entrou num escola e, de imediato, matou 12 crianças. É interessante como muitas profissionais e especialistas se aproveitam deste momento e criam hipoteses para explicar o ocorrido e estas quase sempre são pintam O retrato da maldade com muito pré-conceitos.

Uma boa reflexão é o texto Para quem acha que racismo não existe

Lógico que não dá para valorizar a cultura indigena, ou falar de viver a diversidade real, apenas uma ou algumas vezes ao ano. Estes temas tem que ser transversais (ver parâmetros curriculares nacionais) ao todos os outros discutidos durante as aulas. Fora das escolas também é necessário discutir a contribuição de cada pessoa ou grupo social para a sociedade, valorizando tal contribuição por menor que seja (ao olhos dos outros).

Todos os dias são dias dos índios, das mulheres, das crianças, da consciência negra…Mas parar um dia para pensar especificamente em um grupo social serve para chamar a atenção de quem ainda não se tocou sobre o que é viver em sociedade.

No caso da contribuição dos indigenas a nação brasileira veja os posts já publicados neste blog (faça uma busca, porque listei abaixo só alguns):

Contribuição dos Indígenas para a Sociedade Brasileira;

O Artesanato dos Índios Kisêdjê e a Operação Moda Triste do Ibama em Canarana (MT): aspectos socioambientais

O Artesanato dos Índios Kisêdjê e a Operação Moda Triste do Ibama em Canarana (MT): Aspectos legais

Se não fossem índios